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Mãe do jovem morto por engano reage a sentença de 67 anos dos réus da Omertà

Jamil Name Filho, o "Jamilzinho", Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios foram condenados juntos a 67 anos de prisão pela morte de Matheus Coutinho Xavier.

21/07/2023 às 11h49
Por: Redação
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Advogada Cristiane Coutinho. Foto: TV Morena
Advogada Cristiane Coutinho. Foto: TV Morena

Mãe do jovem morto por engano reage a sentença de 67 anos dos réus da Omertà: "a saudade e a dor não vão passar, mas eu precisava dessa decisão"

Após comover a plateia presente no 1º Júri da Omertà, a advogada Cristiane Coutinho, mãe de Matheus Coutinho Xavier, relatou estar "de alma lavada" com a sentença proferida pelo júri. Na última quinta-feira (19), após mais de 30h de julgamento, Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios foram condenados juntos a 67 anos de prisão pela morte do jovem, morto a tiros em 2019, quando tinha 20 anos.

Mesmo sem nunca ter participado da fase de debates em um Tribunal do Júri, Cristiane atuou ao lado da promotoria como assistente de acusação, e teve papel fundamental na audiência.

“É um sentimento de paz, de alma lavada. É claro que eles vão recorrer, nós temos ainda uma batalha pela frente, mas essa primeira vitória foi importante demais para o meu coração de mãe”, disse advogada.

Cristiane falou no plenário durante réplica da promotoria Foto: Gustavo Arakaki

Cristiane falou no plenário durante réplica da promotoria — Foto: Gustavo Arakaki

 

Com o nome de Matheus bordado na beca, que ganhou de presente no primeiro dia de julgamento, Cristiane comoveu o plenário com o seu apelo por Justiça. Apesar da tensão, a advogada conta que decidiu atuar no júri para honrar o nome do filho.

“Chorei muito no final de semana em que tomei essa decisão, porque meu filho queria ser promotor de justiça. Eu estaria ali como a promotora dele, ele queria muito, era o sonho dele. Quando ele me disse isso, os olhos dele brilharam”, chora.

Cristiane conta que teve medo de não segurar a emoção durante o julgamento e não conseguir falar o que precisava no plenário.

“Tive medo de chorar em plenário, de não conter as lágrimas e tudo o que sinto dentro de mim, mas que nunca foi ódio. Eu quero justiça e que eles paguem pelo que cometeram. Eu precisava disso, não vou dizer que vou virar a página, porque a saudade e a dor não vão passar, mas eu precisava dessa decisão”, completa.

A advogada conseguiu conter as lágrimas durante o julgamento, mas elas derramaram durante a entrevista, concedida à TV Morena.

“Meu dia das mães é terrível. Meu ano novo, o meu aniversário. Ele (Matheus) morreu cinco dias depois do meu aniversário, eu nunca mais consegui comemorar nada”, diz Cristiane aos prantos.

Jamilzinho, Vlad e Rios foram condenados Foto: Gustavo Araraki/TV Morena

Jamilzinho, Vlad e Rios foram condenados — Foto: Gustavo Araraki/TV Morena

 

O caso

 

Era 9 de abril de 2019, um fim de tarde, Matheus foi executado a tiros por engano enquanto deixava a garagem da casa onde morava com o pai, na Rua Antônio da Silva Vendas, no Jardim Bela Vista. O alvo era justamente o pai dele, Paulo Roberto Teixeira Xavier, ex-ajudante de ordens da família Name, apurou a investigação.

Jamil Name Filho, o Jamilzinho, foi condenado a 23 anos e seis meses de prisão pelo mando do crime. O policial aposentado Vladenilson Olmedo, e o ex-guarda civil, Marcelo Rios, foram condenados a 21 anos e seis meses e 23 anos, respectivamente, por planejarem a execução.

 



Fonte: Por Adriano Fernandes e Dyego Queiroz, g1 MS Campo Grande